terça-feira, 8 de agosto de 2017
sexta-feira, 4 de agosto de 2017
quinta-feira, 2 de março de 2017
Dicas para se lembrar
A perda de memória pode se reduzir por meio de treinamentos cerebrais
Aquele momento em que você para o carro no estacionamento do
shopping e, na hora de ir embora, não lembra onde está o veículo. São pelo
menos alguns minutos andando por um mar de carros e motos. Tudo isso porque não
conseguiu se recordar da letra e do número indicado a área onde estacionou.
Esse é apenas um exemplo banal de como a memória é importante no nosso
cotidiano. E mais essencial ainda é mantê-la em um bom funcionamento. Como ? Do
mesmo modo que se faz para não deixar uma habilidade “enferrujar”: praticando!
Questão de treino
Diferentemente
dos exercícios voltados para desenvolver
necessariamente, derramar uma gota de suor - mas não quer dizer que seja
livre de esforços. Um especialista em ginástica cerebral aponta que não há apenas uma técnica que
ajudará a se recordar de suas lembranças, mas, sim, uma série de métodos: “você
pode treinar o cérebro sempre fazendo coisas novas – ele não gosta de rotina”,
afirma.
Por outro lado
Convenhamos que praticar atividades físicas de vez em quando
não faz mal a ninguém. Elas são ótimas para a saúde em geral e também para a
memória. Como explica uma psicóloga, além das técnicas voltadas diretamente
para manter as lembranças, “os exercícios físicos que trabalham com
lateralidade, como sequências de uma coreografia de dança, são importantíssimos
para que o cérebro esteja em pleno funcionamento”.
Um estudo conduzido por cientistas do Centro de Pesquisas da Fundação
Kessler, nos Estados Unidos, mostrou como exercícios aeróbicos podem colaborar
para a sua memória. Por meio de resultados preliminares em cobaias, os
pesquisadores indicaram que a prática dessas atividades pode aumentar o tamanho
do hipocampo (uma das áreas do cérebro ligadas á memória). Vale lembrar que o
foco dos especialistas foi nos sintomas da esclerose múltipla, doenças
neurodegenerativa que pode ter como sintoma a perda gradual de memória. Assim,
com a descoberta, os pacientes diagnósticos com a patologia poderiam ter uma
melhor qualidade de vida.
“você pode
treinar o cérebro sempre fazendo coisas novas – ele não gosta de rotina”
Nesse caso, esquecer onde colocou as chaves em casa pode não ser o maior dos problemas. Quando se fala em perda de memória, imediatamente se faz uma conexão com o Alzheimer. E não é por menos: com o diagnóstico, uma nova rotina se forma na vida dos familiares da pessoa com o transtorno. Por ainda não ter cura, a especialista ressalta que “assumir o cuidado de alguém com esse distúrbio não é uma tarefa fácil, pois exige por parte do cuidador, dedicação, motivação e muito apoio”. Mesmo que não haja uma luz no fim do túnel, não que dizer que todo caminho deve ser percorrido no escuro – “acompanhar nas terapias, conversar sobre a doença, são as ações que podem retardar o problema”, finaliza a profissional.
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Um Mecanismo Complexo
A memória não se concentra em uma única área do cérebro.
Veja como funciona esse sistema
O processo
de memorização pode parecer algo simples: sempre que queremos recordar de algo,
o cérebro vai em uma central onde estão arquivadas todas as nossas memórias,
separadas entre as mais importantes e as descartáveis. Se ele encontra, nos
lembramos; caso contrário, é um fato esquecido. Bem... na realidade, não é tão
fácil assim. Afinal, todo esse procedimento ocorre a nível celular, no caso,
nas principais células cerebrais os neurônios.
Ligações importantes
A ideia de
que cada individuo possui um banco de dados onde são guardados as lembranças é
um meio simples de ilustrar o processo de armazenamento de memórias,
entretanto, irreal. Não há exatamente uma única área dentro do cérebro que seja
responsável pela memorização, apesar de diversos estudos relacionarem
principalmente essa atividade ao hipocampo. Para esclarecer, uma neurocirurgiã
afirma que, para ocorrer a formação de uma memória, o neurônio (uma célula
individual) deve se comunicar com outros neurônios, em um processo conhecido
como sinapse. “Assim, para que as memórias sejam criadas, é preciso que as
células nervosas formem essas novas interconexões”, esclarece.
A partir dessa “conversa” entre os neurônios é que conseguimos guardar
novas informações e aperfeiçoar habilidades. Quando se aprende algo inédito, “um
grupo específico começa a se relacionar por meio de suas sinapses e, com isso,
se inicia o desenvolvimento de novas conexões e ramificações (dentritos) entre
eles”, explica a neurocirurgiã. Dessa maneira, quanto mais se repete uma ação,
como em treinamentos pra aperfeiçoar qualquer talento, maior será a quantidade
de ligações entre as células, facilitando a comunicação entre elas. Isso,
consequentemente, reflete em se lembrar de dados, práticas ou outras
informações com mais eficiência. Por outro lado, “se você não usa um fato ou
memória por um longo tempo, começa a ‘enferrujar’ essa conexão. Com ela quase
não é usada pode até se desfazer, e a informação ser esquecida!”.
Onde ocorre ?
Mesmo
com os autores das lembranças identificados, não é possível definir um local
exato onde atuam. Os neurônios são os principais agentes do sistema nervoso e,
portanto, estão espalhados por todo o encéfalo. Mas ainda é possível citar
algumas estruturas cerebrais que desempenham papéis importantes na
memorização.
O hipocampo é um área essencial a ser citada, uma vez que foi uma das
primeiras regiões associadas ao processo. Principalmente responsável pela
memória de longo prazo, ele ajuda na fixação e seleção dos fatos mais
importantes que serão armazenados. Além disso, a neurocirurgiã indica que “a
estrutura também grava recordações simultâneas de diferentes regiões sensoriais
do cérebro e as liga em um ‘episódio único’ de lembrança, como cheiros,
aparências e sons.
Outra região fundamental é o lobo temporal que, por meio do neocórtex
temporal, é encarregado das memórias de longo prazo, assim como o hipocampo, e
por armazenar acontecimentos passados.
Também vale
citar a amígdala, pequena estrutura cerebral responsável por fazer com que os
recortes de alguma emoção pelo cheiro, som, sabor, tato ou visão do momento em
questão. Essa sensação ocorre pois os estímulos sensoriais são convertidos em
sinais elétricos, possibilitando a ação da amígdala. “Isso explica, por
exemplo, quando alguma música lembra a memória de algum momento especial na sua
vida”, comenta a neurocirurgiã. Além dessas áreas, a neurocirurgiã cita “o
cortéx pré-frontal”, giro do cíngulo, fórnix, entre outras, que participam em
maior ou menor parte da memória”.
Para
facilitar a explicação de todo esse procedimento, uma psicóloga esclarece o
passo a passo da memorização: “o primeiro estágio é a codificação, que consiste
em colocar um fato na memória-isso ocorre quando estudamos, por exemplo. O
segundo é o armazenamento, no qual o fato é retido na memória. E a terceira
fase é a da recuperação, quando a informação
é resgatada do armazenamento, como ao fazer uma prova”.
Diferentes formatos
Com um sistema tão complexo, não é possível resumir tudo a apenas um tipo de memória – basicamente existem dois, mas que podem se subdividir em outras funções.• De curto prazo (ou operacional): com minutos ou horas de duração, é por meio dela que guardamos informações que serão úteis apenas em períodos de tempo mais próximos como resolver problemas ou em momentos que exigem raciocínio imediato.
• De longo prazo: esse tipo de memória dura dias, semanas ou anos. Ainda podemos dividi-la em mais dois modelos: declarativa episódica, que faz com que você se lembre de datas, como o aniversários dos amigos e familiares; e declarativa semântica, responsável por manter o sentido de uma conversa – ou seja, ela relaciona o significado com as palavras.
No entanto, segundo a neurocirurgiã, ainda pode-se classificar um terceiro tipo: a memória de procedimento. É aquela com a função de desenvolver uma habilidade devido sua repetição. “Ela permite que sejamos capazes de executar tarefas com o pensamento, ás vezes, voltado para algo diferente, o que é chamado de automatismo”, finaliza a especialista.
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